Cadê o meu carregador?
- Felipe Maia Barbosa

- 4 de mai.
- 3 min de leitura
*Texto escrito por um humano
Foram 365 dias até comprar um iPhone. Uma amiga do trabalho possuía um, e ao compararmos com o meu Xiaomi, a diferença era absurda na captação de áudio e vídeo. Filmar em 4K a 60fps realmente faz a diferença, correção de luz, cores...e quanto mais pessoas o fazem, mais o padrão da maioria na internet sobe.
Mas, voltando ao assunto, após a comparação física, O Google, meu primeiro guia, revelou um mundo de preços que desafiavam a gravidade. As grandes lojas, em seu trono se esqueceram que o consumidor hoje é quem manda. Ele é um pesquisador nato de preços, qualidade, leitor de comentários, entre outras qualidades a um clique de distância.
Foi então que fui para o Instagram, nos perfis de loja, e como um passe de TRÁFEGO, milhões de patrocinados começam a pipocar no meu feed, stories, reels, pop-ups, te oferecendo ilusões com preços muito abaixo do mercado, em perfis com CNPJ, depoimentos, fotos e milhares de seguidores.
Vale lembrar que já caí em um golpe antes dessa jornada, gastei 2.000 reais em um iPhone de uma loja de Aracaju-SE que nunca chegou, e poucos dias depois, a loja oficial avisou do golpe. Os golpistas tinham até mais seguidores que a loja oficial, conversavam no WhatsApp, mandavam foto do produto... mas isso é papo para outra hora.
No meio desse mar de ofertas milagrosas, entra o comércio físico local com seus perfis postando diariamente sua oferta nos stories, aparelhos semi-novos recém-chegados nas lojas, promoções, vídeos, anúncios, depoimentos e mais stories.
E assim passaram-se meses de mais pesquisas no google, promoções no google e instagram, acompanhando o preço de acordo com os novos lançamentos, vídeos no YouTube comparando modelos, funcionalidades, custo-benefício. Analisando o quanto ia agregar ao meu trabalho, para minha agência, para os clientes que presto serviço, para minha comunicação, para a minha banda, para o registro do instantâneo digital que virou a nossa vida, até que...
Storie certo pela manhã, alinhamento dos planetas dos semi-novos com a galáxia dos preços justos, tempo livre no almoço, loja física de confiança e BUM!
"Uai, mas vem sem carregador?" "Me vê um carregador original, pelo amor de Jah! Tem que ser o original". Primeiro uso, o cabo do carregador não estava muito bem, falhava. Volta na loja com a garantia, pega um cabo novo e o iPhone era finalmente meu. Ah, e a capinha de brinde foi a cereja no topo do bolo!
Após a compra descobri que minha amiga tinha comprado na mesma loja e outra pessoa também...No final devemos ter passado por um processo com algumas semelhanças:
Profissionais de Marketing e Comunicação >
Desejo de ter mais qualidade na produção de conteúdo > (esse desejo pode ser plantado na comparação das mídias atuais, no branding da apple...)
Necessidade de um aparelho com mais tecnologia e qualidade >
Escolha da loja ( que mais nos atinge na nossa bolha digital) >
Stories diários >
Com a confiança da loja física >
Assistência técnica e possibilidade de entrega do aparelho antigo para compra de um modelo mais novo.
Muito se fala sobre os funis de aquisição de cliente, mas pouco se diz que cada jornada é única. O processo geral pode até se assemelhar, mas seus meandros são completamente distintos. Adquirir um carro difere muito de comprar um pastel ou até mesmo de uma caneta, ou ainda de uma oficina mecânica. Indicação, pesquisa, vídeos promocionais, vídeos reviews, vídeos de comparação, vídeos oficiais, conversas, artigos, revistas, especialistas, depoimento de clientes, depoimento de amigos, preço, condições de pagamento, localidade, confiabilidade... os 4P's viraram 8 e hoje são muitos!!!
Inúmeras são as estradas para escolher determinado produto, loja ou serviço. Muito mais eficaz do que qualquer modelo é pensarmos como nós fazemos o nosso processo até a compra, ou perguntarmos para os nossos clientes como eles fizeram e mesmo até depois da compra, como se dirige a sua multiplicação para possíveis compradores futuros.
Assim conseguiremos desenhar e agir em cima da jornada real de cada produto ou serviço, lembrando que somos únicos e talvez nem todos compreendam ou convertam na sua estratégia, que NUNCA deve ser estática, mas sim, pensada de acordo com a evolução da sociedade e dos meios de comunicação.
PRODUTO/SERVIÇO (MKT 1.0) >
PÚBLICO ALVO (MKT 2.0) >
CONSUMIDOR > SER HUMANO >
CORPO, MENTE e ESPÍRITO(MKT 3.0) >
ERA DIGITAL (MKT 4.0) >
TECNOLOGIA APLICADA AO BEM COMUM LOCAL e GLOBAL (MKT 5.0).
Com alma,
Felipe Maia Barbosa.
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